terça-feira, 25 de novembro de 2008

Letramento digital

 

            Falar em letramento é preciso diferenciar o que é uma pessoa letrada de uma alfabetizada.

            “O alfabetizado adquire a tecnologia da escrita, sabe decodificar os sinais gráficos de seu idioma, escreve textos simples. O indivíduo letrado é capaz de enxergar além dos limites do código, faz relações com informações fora do texto falado ou escrito, participa efetivamente das decisões de seu tempo que sua comunidade exige”.

            O indivíduo letrado digitalmente realiza práticas de leitura e escrita diferentes das formas tradicionais de letramento e alfabetização. É preciso assumir mudanças onde professores e alunos pesquisem e aprendam juntos, adquirindo uma inserção social.

            O que se faz na escola até agora? Escrevem-se bilhetes uns para os outros.

            O que precisa ser feito? Cartas para administradores regionais, governadores, secretários de educação, senadores... reivindicando algo para a escola, a comunidade, alterando positivamente para uma mudança.

            O aluno atual interage o tempo todo com esse letramento e a escola o obriga a ficar sentado cinco horas sem alternativas, possivelmente gerando indisciplina.

            É necessária uma injeção de diferentes maneiras que o motivem a aprender.

            Existe a necessidade do letramento digital por parte dos professores. Eles estão por fora deste conhecimento, outros profissionais estão tomando conta de tarefas que seriam dos professores.

            Cabe ao gestor educacional apropriar-se deste conhecimento, bem como buscar alternativas para que o letramento digital seja efetivado para os professores, servidores em geral e alunos.

 

             

             

Variação lingüística

         A língua de um povo caracteriza-se pelas diferentes formas de seu falar. É impossível falar na língua sem falar sobre as pessoas que a usam.

         O próprio nome variação sugere variedade, modos diferentes de falar e de escrever fazem parte da natureza humana.

         Estas variações são motivadas por diferentes elementos: status sócio econômicos, grau de escolaridade, origem geográfica, sexo, métodos de trabalho e redes sociais. De acordo com a experiência e a vivência de cada pessoa, a língua sofre interferências ao longo de seu processo de aprendizagem.

         A variação lingüística pressupõe uma avaliação. Existe uma avaliação positiva onde ocorrem maiores níveis de renda, melhores níveis de escolaridade e na zona urbana. Em contrapartida existe o estigma da avaliação negativa onde ocorrem menores níveis de renda e escolaridade.

         Erramos ao dizer que existe uma norma culta de se falar, desta forma estamos admitindo que o erro é inculto, levando ao preconceito lingüístico. Existe sim, uma norma padrão.

         Ocorre o preconceito lingüístico ao se afirmar que “ não saber falar é o mesmo que não saber pensar direito”.

         O uso de formas alternativas não determina debilidade mental, nem inteligência inferior.

         Neste sentido, cabe à escola alertar para a existência do preconceito,  possibilitando a desconstrução de toda a forma de discriminação e exclusão social.

  

Cordel

 

            Uma das aulas mais interessantes deste curso foi sobre “Cordel”.

            Me encantei com toda a preparação da sala e principalmente com alguns dizeres de Ariano Suassuna.

            *O escritor verdadeiro procura expressar seu universo para os outros.

            *É melhor você ter dez leitores que lê você cem vezes, do que mil leitores que te lê uma vez.

            *Nossa prática pedagógica se espelha no cinema norte-americano com a cultura de dominação ( superioridade das armas, bandidos indianos sonhando em ser soldados ingleses), isto é uma violação da alma do nosso povo.

            *O primeiro caminho de nossa independência verdadeira e peculiar é a valorização da cultura local.

            Qual seria o comentário dele sobre as aulas que damos comemorando o Dia das Bruxas?

            Descobri que preciso aprender a fazer xilogravuras.

           

 

            Para os tutores:

 

            L uz, simplicidade, sabedoria.

            E assim que te vejo.

            N ossa educação anseia por pessoas assim.

            I magino um mundo muito melhor.

            T udo em você demonstra amor, carinho, ser humano.

            A prendi muito, sou um grão de areia que tenta multiplicar cada ensinamento          seu.

 

 

            M inha experiência se cruza com um professor idealista

            A cada palavra percebe-se uma intenção sublime.

            U ma injustiça cometida a  uma aluna o incomoda e não fica calado.

            R eage a qualquer atitude que não seja ética.

            I ncentiva sempre, mesmo os que rejeitam o letramento digital.

            C om certeza estas ações enobrecem a educação.

            I magino esta dupla Lenita e Maurício permeando cada sala de aula deste planeta.

            O meu saber se tornou mais requintado e sofisticado por causa de vocês.

                                    

                                                                                    Com carinho!

                                                                                       Fátima

terça-feira, 16 de setembro de 2008

Filme: Desmundo



O filme "Desmundo" mostra a realidade na época do descobrimento do Brasil que não é mostrada nos livros didáticos.
O homem branco apresenta seu costume autoritário, o aspecto físico deplorável, não havia o hábito de tomar banho, tinha unhas grandes e sujas, suas roupas eram desajeitadas além de barbas enormes.
A mulher era tratada como objeto ou animal, Elas eram comercializadas e recebiam dotes como terços ou vacas. Serviam para a satisfação sexual dos maridos e cuidarem das crianças, sem direito algum. Sequer podiam dar opiniões sobre qualquer assunto.
Ao tentar fugir ou contestar as ordens do marido, eram castigadas, acorrentadas e trancadas em quartos sem nenhuma condição humana até submeterem-se aos abusos sexuais a que eram forçadas como pena mais branda para continuarem vivendo.
A protagonista da história acreditava que poderia se libertar desta situação fugindo e voltando para Portugal . Tinha esperança de encontrar na religião o cristianismo ( chamado por ela de cristão novo) que não fosse conivente com o autoritarismo e a submissão feminina daquele tempo.
Trazendo para a nossa época, percebemos que várias mulheres passam por situações semelhantes de sofrimento, seus filhos sendo retirados de seus braços
(seja por seqüestro, para as ruas, pelas drogas, prostituição, falta de oportunidade de estudo e trabalho) ou por agressões físicas ou psicológicas de seus maridos, chefes, pais, padrastos, enfim, do homem em geral.
Diante destas situações, a Lei Maria da Penha deve ser acionada, dando à mulher, a oportunidade de exigir seus direitos e serem felizes com seus filhos vivendo com dignidade.

Formando Leitores


Feira do Livro 2008- Lucília Garcez

 

      A autora sugere que as escolas realizem campanhas para a aquisição de livros onde não existe acervo atualizado.

      É preciso criar espaço dentro das aulas de até trinta minutos para a leitura, às vezes a criança trabalha e não há tempo e nem incentivo para este momento em casa.

      Este espaço precisa ser agradável e motivador, pode ser debaixo de uma árvore ou em ambiente com almofadas que favoreça a descontração e a entrega do corpo para a leitura.

      O professor precisa ser o primeiro motivador e ler junto com os alunos.

      Concluindo as etapas de leitura, a autora propõe a troca de experiências vivenciadas pelos alunos, o que certamente incentivará a curiosidade e o interesse da turma.

       O aluno se torna um leitor quando a leitura atinge os seus desejos interiores.

       Foi com toda a sua sabedoria que Lucília Garcez falou para uma trinta pessoas e já se preocupava em atender a uma nova turma que se aproximava.

       Emocionei-me com a disposição e o entusiasmo com que defendeu o prazer que a leitura nos proporciona.      

segunda-feira, 21 de julho de 2008

Memorial

Sou Fátima, nascida na cidade de Manhuaçú - MG, onde morei até 7 anos, cursei a 1ª série com a professora Lourdes. Quando não estava na escola, ajudava meu irmão de 6 anos a carregar banana na roça e levar comida para o pai na lavoura. Mudamos para Brasília, eu , meus irmãos Luís,Paulo e Márcia, minha mãe Efigênia e meu pai Vanôr.Moramos na invasão do IAPI, que deu origem à cidade de Ceilândia, onde CEI significa (Centro de Erradicação das Invasões).Estudei na EC 8 de Taguatinga e registro um fato marcante quando na 3ª série fiquei de joelhos por não ter coragem de conversar coma professora. Apenas dois alunos (eram irmãos) foram até a frente responder a uma prova oral de tabuada. Lembro-me quando ele errou o resultado de 4x9 e eu, sabia o resultado, mas assim como todos os outros, ficamos de joelhos. Somente na 5ª série adquiri maior gosto por estudar por causa de uma professora chamada Nilza Paranhos, onde ela era rígida, mas ao mesmo tempo amorosa, me fez caprichar ao escrever os números no quadro e passou a me elogiar quando mudei a escrita.Resultado, passei a ensinar matemática para colegas da turma como reforço. Iniciei minha trajetória na educação cobrando R$ 10,00 por hora para colegas até a 8ª série e alfabetizando 8 vizinhos da rua. Conclui o ensino médio na EIT Taguatinga, acreditava que a matemática me levaria ao curso certo, porém concluí a faculdade de Ciências Econômicas sem me relacionar bem estas matérias. Reiniciei no curso magistério, fiz Esquema I na UNB, licenciando-me para matemática para o ensino médio. Fui aprovada no concurso da FEDF em 1986 onde trabalho na EC 46 de Ceilândia por 23 anos com muito orgulho. Encontro nas reuniões de pais a 2ª geração de alunos. Sou casada com Gilberto, tenho três filhos Rodrigo, Fernando e Ronaldo e uma enteada Christine. Como dizia minha mãe, meus filhos são uma das razões da minha vida. Compartilho com todos a dor imensa do falecimento de minha mãe há 2 anos e 5 meses.Encontro-me hoje numa nova e desafiante experiência que é a oportunidade de refletir sobre minha trajetória profissional e pessoal sob a orientação dos professores Maurício e Lenita do curso Alfabetização e Linguagem- CFORM ,onde percebo a sensibilidade e delicadeza com que transmitem seus ensinamentos . Como disse, é um desafio enorme expor estas idéias.