A língua de um povo caracteriza-se pelas diferentes formas de seu falar. É impossível falar na língua sem falar sobre as pessoas que a usam.
O próprio nome variação sugere variedade, modos diferentes de falar e de escrever fazem parte da natureza humana.
Estas variações são motivadas por diferentes elementos: status sócio econômicos, grau de escolaridade, origem geográfica, sexo, métodos de trabalho e redes sociais. De acordo com a experiência e a vivência de cada pessoa, a língua sofre interferências ao longo de seu processo de aprendizagem.
A variação lingüística pressupõe uma avaliação. Existe uma avaliação positiva onde ocorrem maiores níveis de renda, melhores níveis de escolaridade e na zona urbana. Em contrapartida existe o estigma da avaliação negativa onde ocorrem menores níveis de renda e escolaridade.
Erramos ao dizer que existe uma norma culta de se falar, desta forma estamos admitindo que o erro é inculto, levando ao preconceito lingüístico. Existe sim, uma norma padrão.
Ocorre o preconceito lingüístico ao se afirmar que “ não saber falar é o mesmo que não saber pensar direito”.
O uso de formas alternativas não determina debilidade mental, nem inteligência inferior.
Neste sentido, cabe à escola alertar para a existência do preconceito, possibilitando a desconstrução de toda a forma de discriminação e exclusão social.
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